1% da população ganha 36 vezes a média da metade mais pobre, revela Pnad

Os índices de desigualdade no Brasil ainda são muito graves e profundos, conforme revelou a Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílio, a Pnad 2016, divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o levantamento, os brasileiros que pertencem a parcela dos que tem mais rendimentos receberam, no ano passado, 36 vezes mais que os 50% mais pobres. De acordo com a Pnad, o rendimento médio mensal da metade mais pobre foi inferior a um salário mínimo. Enquanto a pequena fatia mais rica tinha rendimento médio mensal de 27.085 reais no ano passado, os 50% mais pobres receberam em media apenas 747 reais. “As pesquisas anteriores vinham mostrando que o Brasil é um país desigual. Essa desigualdade é bastante alta, principalmente quando se compara internacionalmente”, disse o coordenador do IBGE, Cimar Azeredo.

Essa desigualdade fica ainda pior quando são levados em conta termos regionais, principalmente no Norte e Nordeste, onde estão concentradas a maior parcela de pessoas com menor renda. “Temos uma desigualdade entre uma região e outra. Somos desiguais dentro da região e entre as regiões”, ponderou Azeredo.

O coordenador do IBGE explicou que existe uma métrica internacional para medir a desigualdade dos países, o chamado índice de GINI. Em uma escala que vai de zero a 1, quanto mais perto de zero, menor a desigualdade. O Brasil registrou 0,525. Entre as regiões do país, segundo o IBGE, o GINI atingiu o pior resultado em 2016, no Nordeste, ficando 0,545. O Sul teve os melhor índice, com 0,465.

Ainda de acordo com o IBGE, no ano passado o país tinha 1,8 milhão crianças de 5 a 17 anos trabalhando. Outro dado revelado pela PNAD foi de que entre a população ocupada, os brancos representavam 46,6%, enquanto os pretos, 9,0%, e os pardos, 43,4%.

Já quando se considera a escolaridade da população ocupada, os trabalhadores com ensino superior completo tiveram rendimento médio mensal de R$ 5.189, cerca de três vezes mais do que aqueles com somente o ensino médio completo (R$ 1.716), e cerca de seis vezes acima daqueles sem instrução (R$ 884).

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