Por Alan Morais
Quando o primeiro filme Invocação do Mal chegou aos cinemas, tanto o público quanto a crítica ficaram satisfeitos com o bom desenvolvimento do roteiro, sustos bem elaborados ainda que usando dos famosos clichês dos filmes de terror e interpretações convincentes.
Empolgada com os números e boa aceitação, logo os estúdios Warner anunciaram a continuação e um filme solo da assustadora boneca Annabelle para 2014, filme que em terras brasileiras se tornou uma das maiores bilheterias no ano e uma das maiores do gênero terror, e a continuação de Invocação do Mal, anunciada para 2015, que por problemas de agenda acabou postergada para 2016.
A história começa com o casal Ed e Lorraine Warren em Amytiville, um dos mais famosos casos de espíritos e possessão, nesta cena, já percebemos que Lorraine demonstra sinais de cansaço e medo das consequências do constante confronto com o mal. Enquanto isso, em Londres, a família Hodgson, uma família comum do subúrbio chefiada por uma mãe divorciada, que além de enfrentar o desafio de cuidar de quatro filhos, ainda precisa lidar com estranhos fenômenos sobrenaturais que ocorre com uma de suas filhas. Logo esses fenômenos se tornam populares e a igreja decide enviar o casal Warren em segredo para investigar a veracidade dos fatos.
O diretor James Wan e sua equipe acertam em contar a história em dois arcos, enquanto vemos a dificuldade dos Warren em ter uma profissão tão arriscada que abala a estrutura familiar e provoca a discussão entre responsabilidades e limites quanto a ajudar o próximo, logo nos identificamos com os personagens e com o sofrimento da mãe Peggy, que não sabe a quem recorrer à falta de esperança em algumas cenas, ajuda a criar o clima de terror psicológico com espectador que se sente com o coração apertado com a violência psicológica sobre aquelas pobres coitados.
Além da boa sinopse, os diálogos, ainda que muitas vezes prevísseis e carregados de didatismo desnecessário, são muito bem defendidos pelos atores, e tornam os personagens muito reais, com destaque para Vera Farmiga (Bates Motel), que dá um tom fraternal e sensível a Lorraine Warren. Além disso, a ambientação é um destaque dos filmes de James Wan, aqui temos várias tomadas mostrando a casa externamente e nos familiarizando com a Rua Enfield, dentro da casa, a câmera percorre todos os cômodos mostrando os personagens e suas experiências sobrenaturais. O acontecimento visto sob essa perspectiva nos insere dentro do filme, como se víssemos sob a ótica de um fantasma.
Diferente do primeiro filme que tinha sustos rápidos e frequentes, aqui eles são construídos e quando acontecem, realmente são apavorantes, conforme a trama se desenvolve, o mal cresce dentro da casa e o terror é elevado em varias formas, seja através dos icônicos seres do mal como a freira demoníaca ou através da destruição da casa, Invocação do Mal 2 cumpre sua função de filme de terror e da viabilidade para possíveis continuações.
Invocação do Mal 2
Ano: 2016
Gênero: Terror
Direção: James Wan
Elenco: Vera Farmiga, Patrick Wilson, Frances O’ Connor, Franka Potente.
Duração: 133 min
Nota: 8
Melhor: História e clima de terror
Pior: Cenas muito didáticas
Alan Morais é formado na área financeira, apaixonado por séries, quadrinhos, games e cinéfilo de carteirinha. Twitter e Instagram: @allmorais
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