Por Ricardo Moreira
Eles estão por todas as cidades brasileiras, mas só nos damos conta da situação dramática que muitos vivem nesses dias mais frios, quando esbarramos com moradores em situação de ruas espalhados nas calçadas em diversos bairros e principalmente na região central das grandes capitais do país.
Maltrapilhos, sujos, sentindo muita fome e frio essa população parece esquecida das politicas públicas e sociais do estado, mas incansáveis grupos de apoio em diversas capitais tentam amenizar o sofrimento de alguns moradores em situação de rua, um trabalho totalmente voluntário motivado apenas pela compaixão e amor ao próximo.
É o caso da família Monteiro (Felipe, Paulo, Claudia, Leonardo e Nayara), que há cerca de um ano entregam cerca de 200 pães e sucos para moradores em situação de rua na região do Belém, Bresser e imediações da Radial Leste em São Paulo. Utilizando recursos próprios, todos os domingos a família e os amigos Thiago Mirota e Rafael Harb percorrem as ruas da zona leste e doam não só alimentos, roupas e cobertores, mas oferecem atenção e uma palavra amiga para essas pessoas.
“Muitos querem simplesmente conversar, pedem até mesmo um abraço e isso mostra o quanto estão carentes de tudo, o alimento e roupas que entregamos chega a ser algo secundário, a necessidade dessas pessoas é tão grande que dar atenção a eles é algo já os deixam comovidos e gratos por estamos ali presentes” comenta Rafael Harb*.
O último censo realizado em 2015 apontou que existiam 15.905 moradores em situação de rua na capital paulista. E de acordo com a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo (SMADS), atualmente a rede conta com 79 Centros de Acolhida, que juntos disponibilizam cerca de 10 mil vagas. E durante o Plano de Contingencia para Baixas Temperaturas, iniciado no último dia 16 de maio, a rede é ampliada com mais 450 vagas. Há ainda a possibilidade de abertura de alojamentos de emergência se as vagas ofertadas forem insuficientes, o que de acordo com o órgão isso ainda não aconteceu até o presente momento.
A conta parece que não fecha, e muitos continuam desassistidos, dessa forma o trabalho de voluntários como o da família Monteiro se espelha e motiva muitas pessoas.
E mesmo a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo não recomendar a distribuição de materiais nas ruas, já que segundo a pasta, este tipo de ação faz com que as pessoas permaneçam nas ruas e rejeitem as ofertas de acolhimento, esses voluntários não cruzaram os braços e estão dispostos em doar seu tempo e tudo que conseguem arredar para dar um pouco de aconchego para quem enfrenta a fome e o frio nas ruas.
*Para doação e saber mais sobre o programa de voluntário da família Monteiro harb.rafael@gmail.com
Ação realizada no último domingo dia 29/05
Muito bom
é o que precisamos para este mundo insano. Por mais pessoas de lindos corações como o desta família.