O Facebook é a principal rede social dos dias de hoje, ocupando o posto de mais popular de todo o planeta com todos os méritos. Apesar disso, a companhia de Mark Zuckerberg não é reconhecida pela excelência do sistema de busca embutido na plataforma, algo que o executivo pretende começar a mudar. Nesta quarta-feira (1), o Facebook anunciou o lançamento da DeepText, uma plataforma de inteligência artificial que pretende compreender melhor tudo o que você quer ao realizar uma busca.
Segundo uma postagem feita no blog de desenvolvimento do Facebook, o DeepText é um “motor de entendimento capaz de compreender com precisão quase humana o conteúdo textual de diversas postagens por segundo, abrangendo mais de 20 idiomas”. O sistema se baseia na tecnologia de aprendizado profundo para a nivelar uma série de arquiteturas de redes neurais profundas, revela o texto assinado por Ahmad Abdulkader, Aparna Lakshmiratan e Joy Zhang.
Palavras contextualizadas em um sistema global
A aposta na tecnologia de aprendizado profundo se dá por uma razão simples: a necessidade de contextualizar as palavras usadas em uma pesquisa a fim de saber exatamente aquilo que o usuário procurar. Diante disso, o sistema de compreensão de texto inclui tarefas múltiplas, como classificação geral do tema de uma postagem e também subtemas relacionados a ele. Para se aproximar ainda mais daquilo que o cérebro humano é capaz de fazer, o Facebook quer ensinar gírias e desambiguações ao computador.
A opção pelo aprendizado profundo em detrimento de técnicas de programação neurolinguística (PNL) se dá ainda pela necessidade de criar um sistema global. Visto que o Facebook é uma plataforma amplamente usada no mundo inteiro, é importante que os pormenores de cada um dos 20 idiomas com os quais o DeepText vai trabalhar fossem compreendidos. Assim, o aprendizado profundo permite que esses detalhes sejam menos cruciais conforme o sistema se torna capaz de aprender a partir da interação com o texto sem nenhum (ou quase nenhum) processamento.
Mais entendimento
Se em um sistema de PNL, as palavras “cidade” e “felicidade”, por exemplo, tem codificações distintas, um sistema de aprendizado profundo permite que o software trabalhe com palavras embutidas. Assim, ele compreende melhor o ecossistema no qual elas estão incluídas e é capaz de perceber que uma palavra (no caso “cidade”) está dentro de outra, ampliando a capacidade de compreender o valor semântico de cada uma delas.
Da mesma forma, este sistema pode tornar muito mais simples a compreensão de expressões equivalentes em idiomas distintos. Na postagem do Facebook, ele cita as expressões “happy birthday” e “feliz cumpleaños” (feliz aniversário em inglês e espanhol, respectivamente) para destacar que, analisando os contextos nos quais elas se encontram as aproximam, apesar da diferença entre ambas. Com isso, o DeepText se torna capaz de criar modelos que independem de idioma.
Inteligência artificial em prol da praticidade
Dentre os vários detalhes oferecidos pela postagem realizada pelos especialistas do Facebook, outro que chama a atenção é o uso do DeepText para extrair informações de uma postagem a fim de aumentar a precisão com que as pessoas encontram aquilo que procuram.
Por exemplo, se alguém posta “Eu gostaria de vender a minha velha bicicleta por US$ 200, alguém se interessa?”, a plataforma de inteligência artificial seria capaz de detectar exatamente do que se trata aquela postagem, extraindo os dados e informações mais relevantes (no caso, o que está sendo vendido e por quanto) e sugerindo ao usuário a ferramenta ideal do Facebook para que ele conclua esse tipo de transação.
Em suma, o DeepText tem potencial para ir muito além de aprimorar a forma como as pessoas encontram informações dentro do Facebook: ele pode revolucionar a forma como se utiliza a plataforma. Lembrando que a rede social é um microcosmo da internet, uma espécie de simulador no qual você encontra quase tudo o que há de disponível na web, tais aprimoramentos podem tornar o espaço desenvolvido por Zuckerberg ainda mais fechado à medida que se torna muito mais amplo. Além disso, essas movimentações indicam que a rede social pode, enfim, estar se preparando para bater de frente com o Google, seu grande rival.
Fonte: canaltech
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