Pesquisa mostra aumento do índice de hipertensão no Brasil

Às vésperas da semana de combate à doença, relatório no Ministério da Saúde aponta que brasileiros estão mais hipertensos e obesos

De acordo com o estudo Vigitel, do Ministério da Saúde (MS), o diagnóstico de hipertensão arterial aumentou 14,2% no Brasil nos últimos 10 anos, principalmente entre mulheres. A pesquisa aponta a obesidade – que aumentou 60% nesse mesmo período – como um dos principais fatores responsáveis pelo índice observado não só na pressão alta, que agora atinge 25,7% da população, mas também no diabetes.

“A hipertensão está direta ou indiretamente ligada a, pelo menos, 50% das mortes causadas por doenças cardiovasculares no País e tem como importantes fatores de risco o aumento da idade, obesidade, sedentarismo e ingestão excessiva de sal e de álcool, além da herança genética”, explica o cardiologista e nutrólogo Daniel Magnoni, do Instituto Dante Pazzanese. Na maioria dos casos, a doença é assintomática, o que, frequentemente, interfere na procura pelo médico. “Estudos mostram que o desconhecimento sobre a doença e a ausência de sintomas são os principais motivos para a falta de adesão de muitos pacientes ao tratamento”, pontua o especialista.

Mal da vida moderna

O cardiologista Jairo Lins Borges, do Departamento de Cardiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), afirma que o aumento da hipertensão está ligado aos hábitos de vida e também aos aspectos demográficos do País. “O profissional brasileiro tem desempenhado um trabalho cada vez mais intelectual e sedentário, combinado à alimentação industrializada. Outro fator importante é que, com o envelhecimento, a tendência ao ganho de peso é maior. Com uma população mais longeva, também aumenta a obesidade e a pressão alta”, afirma Borges.

Mas a hipertensão também tem sido mais incidente entre os brasileiros jovens – o que reforça a necessidade de reflexão sobre os hábitos alimentares atuais, principalmente quando o assunto é consumo de sal. “A ingestão excessiva de sódio é um dos principais fatores de risco para o aumento da pressão arterial, estando associada a eventos cardiovasculares e renais”, pontua Magnoni. “A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que o consumo do dia não ultrapasse 5 gramas, mas no Brasil, a ingestão média corresponde ao dobro do estipulado”, completa Borges.

Para atingir a ingestão ideal desse importante mineral – que, na medida certa, participa de funções essenciais para o organismo – é importante lembrar que ele não está presente apenas no sal de cozinha, mas também em produtos industrializados, embutidos e, até mesmo, em adoçantes artificiais e em bebidas diet. Por isso, vale uma atenção especial na hora de escolher os alimentos no supermercado. “Deve-se priorizar o consumo de frutas, verduras, legumes, laticínios com baixo teor de gordura, frango, peixes e cereais integrais, diminuindo a ingestão de carnes vermelhas, doces, industrializados e bebidas com açúcar”, elenca Magnoni.

Outro hábito importante no controle e prevenção da hipertensão é a prática regular de exercícios físicos, especialmente os aeróbicos. “Estudos comprovaram que pessoas ativas apresentam um risco 30% menor de desenvolver hipertensão arterial, quando comparadas às sedentárias”, finaliza o nutrólogo.

 

5 Dicas para prevenir e controlar a pressão alta

Junto com o tratamento medicamentoso, é importante que se adote hábitos de vida saudáveis para que o controle da hipertensão seja ainda mais efetivo. Confira as dicas abaixo:

1) Reduza o consumo de sódio. O mineral está presente no sal de cozinha e em alimentos industrializados, como embutidos, temperos prontos e refrigerantes.

2) Consuma fibras. Elas estão presentes em frutas, verduras, legumes e cereais integrais, por exemplo.

3) Insira fontes naturais de ácidos graxos, como o Ômega 3, na alimentação. Algumas dessas fontes são peixes e oleaginosas.

4) Consuma laticínios com baixo teor de gordura. Estudos demonstraram que esses alimentos ajudam na redução da pressão arterial.

5) Pratique exercícios aeróbicos regularmente. Mas lembre-se que, antes de iniciar uma atividade física, é fundamental uma avaliação médica.

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