População em situação de rua no Brasil soma 308 mil pessoas, aponta estudo

Estudo do Ministério do Desenvolvimento destaca crescimento da população de rua e desafios para políticas públicas eficazes.

Dados do Cadastro Único (CadÚnico) divulgados em agosto de 2024 mostram que 308.277 pessoas estão em situação de rua no país. Esse número é referente a 298.071 famílias inscritas no sistema, dentro de um total de 40.811.422 famílias cadastradas.

Os números foram apresentados na 37ª edição do Caderno de Estudos, elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, e representam um aumento significativo em relação a 2018, quando 116.799 pessoas em situação de rua estavam registradas no CadÚnico.

Foto: Paulo Pinto/Agencia Brasil

Fatores que dificultam políticas públicas eficazes

O estudo aponta que a falta de dados padronizados e abrangentes prejudica a inclusão dessa população em políticas públicas. Questões externas, como fatores econômicos e climáticos, também influenciam esse cenário.

Segundo o ministro Wellington Dias, o diagnóstico apresentado no estudo visa melhorar as intervenções públicas. O Plano Ruas Visíveis, que está em desenvolvimento desde janeiro de 2023, busca consolidar informações para fortalecer ações governamentais voltadas a essa população.

Abordagem multidimensional

A produção e gestão de dados foi um dos eixos discutidos no estudo, que contou com a colaboração do Grupo de Trabalho Interinstitucional sobre a população em situação de rua. Foram analisados aspectos conceituais, teóricos e práticos, além de políticas públicas relacionadas, como programas habitacionais e o Bolsa Família.

Desigualdades e vulnerabilidades

A pesquisa destaca a diversidade dentro da população em situação de rua, que inclui mulheres, idosos, pessoas com deficiência, crianças, adolescentes, famílias e LGBTQIA+. O levantamento também revela que jovens, analfabetos, negros e indígenas têm maior probabilidade de pernoitar nas ruas, em comparação com brancos e outras populações que utilizam albergues.

“A rua é mais racializada do que os albergues, embora a população negra seja maioria em ambos os contextos”, destaca o estudo.

Para a ministra Macaé Evaristo, os dados reforçam a necessidade de políticas públicas que considerem as questões raciais e éticas envolvidas.

Necessidade de mais dados sobre a população de rua

Os pesquisadores destacam a importância de ampliar a base de dados, uma vez que o CadÚnico não alcança toda a população em situação de rua. O estudo recomenda a realização de um censo nacional e a integração de dados administrativos para fundamentar políticas públicas eficazes e baseadas em evidências.

CURTA NOSSA PÁGINA NO FACEBOOK!

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*